
A morte brutal da vereadora Elisane Rodrigues do Santos, do PT, em Formigueiro (RS), escancara a presença do crime organizado até mesmo nos bastidores da política local. Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido encomendado por um chefe de facção, como forma de vingança contra o filho da vereadora, que devia ao tráfico. A crueldade da execução e o envolvimento de um jovem de 18 anos, já preso, revelam a escalada da violência promovida por grupos criminosos que dominam regiões inteiras do Brasil.
De acordo com o delegado Antônio Firmino de Freitas Neto, o plano foi arquitetado para causar sofrimento ao filho da vereadora: primeiro matariam a mãe, depois ele. Esse tipo de terror psicológico é característico das facções que se expandem sem freios, aproveitando-se da insegurança, da impunidade e da conivência estatal com a bandidagem. Enquanto isso, o governo petista finge que o problema é o “bolsonarismo”, ignorando a guerra civil travada diariamente nos bairros dominados pelo tráfico.
Elisane foi atraída para uma armadilha com o pretexto de comprar carne barata. A tentativa de economizar resultou em uma emboscada fatal. Foram pelo menos dez facadas desferidas pelo assassino confesso, que jogou a faca em um açude na tentativa de encobrir o crime. A vereadora foi encontrada morta ao lado de seu carro em uma estrada rural no dia seguinte. A sessão da Câmara em que participou na noite anterior foi seu último registro público com vida.
A vereadora, de 49 anos, era técnica de enfermagem e cumpria seu primeiro mandato. Era a única mulher entre os nove vereadores da cidade. Seu envolvimento com o PT e sua trajetória simples demonstram o perfil de muitos políticos do interior — pessoas que se colocam à disposição da comunidade, mas que, muitas vezes, estão expostas aos mesmos perigos do cotidiano brutal enfrentado por milhares de brasileiros.
O caso levanta uma questão incômoda: como é possível que facções tenham tanto poder a ponto de determinar execuções com motivação indireta, como forma de castigar familiares de devedores? A resposta está na omissão das autoridades federais, na leniência com o crime organizado e na falta de políticas reais de combate à violência. O assassinato de Elisane é mais um grito de socorro ignorado por quem deveria zelar pela segurança da população.