
O terceiro mandato de Lula começou sob a bandeira da “reconstrução”, mas mergulhou rapidamente em retrocesso e crise institucional. O petista que um dia representou esperança popular agora lidera um governo desconectado, incoerente e fragilizado. Mesmo vozes antes simpáticas ao PT reconhecem: há um vácuo de liderança, ausência de prioridades e um Brasil à deriva moral e política.
Na economia, o cenário é um desastre travestido de técnica. A retórica da justiça social deu lugar ao pragmatismo dos conchavos. Os juros estrangulam o consumo, a inflação corrói os salários e a reforma tributária ameaça o pequeno empreendedor. Enquanto bancos comemoram lucros recordes, o povo aperta o cinto. Lula, que já foi símbolo de resistência, agora governa como fiador de interesses que um dia dizia combater.
No plano internacional, o Brasil virou motivo de piada. Lula desmoralizou a diplomacia com falas vergonhosas: igualou vítimas e agressores na Ucrânia, desmereceu as democracias ocidentais e elogiou ditaduras. A política externa “ativa e altiva” virou um improviso constrangedor que joga fora décadas de construção diplomática. A retórica grandiosa expõe um presidente que fala muito, mas entende pouco.
Internamente, a base da esquerda está esfacelada. Movimentos sociais foram absorvidos ou silenciados pelo governo. A militância se vê traída diante de um Lula que abandonou pautas ambientais, taxou importações populares e se afastou de agendas progressistas. Prometeu diálogo e justiça, mas governa isolado, refém do fisiologismo que dizia combater.
Os dados econômicos apresentados são uma farsa. O desemprego ignora milhões de subempregados, o salário mínimo mal cobre a cesta básica e o governo responde com mais impostos e medidas populistas. Enquanto isso, bilhões são liberados em emendas e favores a partidos do centrão, comprando apoio e sacrificando a responsabilidade fiscal.
A prometida transparência foi substituída por sigilos, escândalos abafados e práticas políticas velhas com nova maquiagem. O caso do INSS e dos consignados mostra que o Brasil da velha política voltou com tudo. O “governo do povo” virou o governo dos caciques, dos bancos e do Congresso fisiológico. A “reconstrução” virou retórica vazia. O Lula 3 é, até aqui, o retrato de um projeto fracassado que traiu suas origens e não aponta para lugar nenhum.