A defesa do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, protocolou no Supremo Tribunal Federal um pedido contundente pela anulação do acordo de delação premiada de Mauro Cid. O advogado Eduardo Kuntz, que representa Câmara, anexou ao processo uma ata notarial com mais de 50 páginas de conversas entre ele e Cid, feitas a partir do perfil secreto @gabrielar702 no Instagram. As mensagens desmontam a narrativa de que o ex-ajudante de ordens teria colaborado voluntariamente com a Justiça.

O material foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes e demonstra que Cid compartilhou informações sigilosas da delação com outro réu do mesmo inquérito — o que viola diretamente os termos do acordo firmado com a Polícia Federal. Segundo a defesa, a simples existência dessas conversas, somada às mentiras já ditas por Cid em depoimentos anteriores, são suficientes para desqualificar toda a delação e invalidar qualquer prova derivada dela.

As mensagens revelam que Cid, além de ter procurado o advogado espontaneamente, usou codinomes para criticar seus próprios defensores e até debochou da postura do ministro Moraes, a quem chamou de “Kadafi do Judiciário”. Também revelou que a então vice-procuradora Lindôra Araújo teria o alertado sobre investigações em curso, e que mesmo com relatórios inconclusivos, Moraes teria ordenado novas buscas até encontrar algo que pudesse incriminá-lo.

Além disso, Kuntz aponta que seguiu documentando cada troca com Mauro Cid por cautela, temendo estar sendo alvo de uma “ação controlada”. Em sua petição, o advogado deixa claro que manteve tudo por escrito para comprovar que foi Cid quem o procurou — desmontando também a versão dos advogados do delator, que tentaram atribuir as revelações da imprensa a “fake news”. As novas mensagens citam inclusive o advogado Cezar Bitencourt, apelidado por Cid de “Biden”, sugerindo troca de defesa por insatisfação com sua atuação.

Com isso, a delação de Mauro Cid mergulha em nova crise. A narrativa construída para incriminar aliados de Bolsonaro começa a ruir diante das próprias contradições do delator. A tentativa de blindar a colaboração se complica a cada nova revelação, e a pressão aumenta para que o STF reconheça a gravidade da violação e suspenda imediatamente os efeitos do acordo. O que se vê agora é um jogo político travestido de justiça vindo à tona.

Trecho do documento protocolado no STF pelo advogado de Marcelo Câmara:  (./.)

By Jornal da Direita Online

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