
O ministro Flávio Dino, presidente da Primeira Turma do STF, perdeu a linha nesta quarta-feira (12) após ouvir duras críticas feitas pelo advogado Jeffrey Chiquini durante sustentação oral. Chiquini representa Rodrigo Bezerra de Azevedo, réu no núcleo 3 da suposta trama golpista, e não poupou palavras ao apontar falhas graves na condução do processo.
Durante sua fala, o advogado afirmou que a investigação conduzida pela PGR e pela Polícia Federal foi “a pior investigação da história”, questionando de forma direta a suposta credibilidade das provas usadas pelo Ministério Público. Chiquini ainda acusou o delegado Fábio Shor, da PF, de não ter realizado o trabalho de forma adequada, o que teria induzido a acusação e até ministros do STF ao erro.
A crítica deixou Dino visivelmente irritado. O ministro reagiu com um sermão em tom exaltado, afirmando que a tribuna do STF não é espaço para críticas contundentes, comparando-a com uma “tribuna parlamentar” ou mesmo com a do Tribunal do Júri. A fala foi interpretada como um recado para limitar o tom da defesa — algo que gerou incômodo em quem viu a cena.
Dino seguiu reclamando dos “ritos” e afirmou que o país teria enfrentado deterioração política justamente pela perda dessa suposta formalidade. Em sua fala, o ministro defendeu julgamentos mais “organizados, humanos e serenos”, ressaltando que, embora haja liberdade de conteúdo, as “formas legais” devem ser respeitadas — deixando claro seu incômodo com a contundência da defesa.
