O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes elogiou o colega Cristiano Zanin durante cerimônia no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), realizada nesta segunda-feira, 6, quando o magistrado, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu o Colar do Mérito Judiciário, a mais alta condecoração da Corte paulista.
O evento ocorreu no Salão Nobre do Palácio da Justiça e reuniu ministros, desembargadores, representantes dos Três Poderes e integrantes do sistema de Justiça.
Moraes destacou a atuação de Zanin como presidente da 1ª Turma do Supremo em um julgamento que classificou como “um dos mais difíceis da história do STF”, em referência ao processo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por suposta tentativa de golpe de Estado.
Em seu discurso, Moraes afirmou que o indicado de Lula “teve a oportunidade de se mostrar um juiz presidente ponderado” e que soube conduzir “se não o julgamento do século, um dos julgamentos mais difíceis da história do Supremo Tribunal Federal”.
O ministro observou que o papel do presidente em uma sessão do Supremo é determinante para o andamento dos trabalhos: “Sabemos todos aqueles que já presidiram uma turma, uma sessão, um tribunal, sabemos que quem dá o ritmo do julgamento, quem dá o ritmo e se haverá mais ou menos tensão no julgamento é o presidente, e o presidente Cristiano Zanin soube [fazê-lo] com competência”.
Moraes também se referiu ao colega como “um juiz ponderado, um juiz competente e, antes de tudo, um amigo leal”. Segundo ele, Zanin “veio somar muito no Supremo Tribunal Federal, na defesa dos direitos fundamentais e na defesa da Constituição”.
Zanin é homenageado em SP
O Colar do Mérito Judiciário foi criado há mais de 50 anos e é destinado a pessoas ou instituições que tenham prestado relevantes serviços à cultura jurídica. O presidente do TJSP, desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, conduziu a cerimônia, que teve ainda a presença de ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, do Tribunal de Contas do Estado e de autoridades do Executivo e Legislativo paulista.
Zanin, natural de Piracicaba (SP) e formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), exerceu a advocacia por mais de duas décadas antes de ser nomeado ministro do STF, em 2023. Entre 2024 e 2025, presidiu a 1ª Turma da Corte.
Durante o evento, o desembargador Luís Francisco Aguilar Cortez, orador do TJSP, enalteceu a trajetória do homenageado e sua atuação em casos de impacto nacional, como a implementação do juiz das garantias e decisões que garantiram às mulheres o acesso a concursos públicos nas forças de segurança. “A outorga do nosso Colar do Mérito Judiciário expressa nosso reconhecimento e confiança, sabendo que Vossa Excelência está à altura dos desafios impostos”, afirmou.
Em seu discurso de agradecimento, Zanin destacou a importância simbólica da homenagem e o papel do Judiciário paulista na formação de sua carreira. “Recebo com profunda honra o Colar do Mérito Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo — distinção que representa não apenas reconhecimento, mas também um compromisso renovado com os valores que sustentam a Justiça brasileira”, declarou.
Ao final da solenidade, o presidente do TJSP afirmou que a escolha de Zanin foi unânime entre os desembargadores. “Quando optamos, em sessão solene do Órgão Especial, em outorgar ao ministro Cristiano Zanin o Colar do Mérito Judiciário, nem foi preciso falar muito”, declarou Garcia. “Diante da sugestão, a unanimidade logo se fez presente.”
O ministro Zanin encerrou sua fala com um compromisso perante a independência do Poder Judiciário. “Reafirmo por meio de suas instituições a importância de um Judiciário independente, técnico e comprometido com a Justiça”, disse, sob aplausos dos presentes.
Por: Revista Oeste