O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) surpreendeu ao enviar uma carta escrita à mão ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, pedindo perdão por ofensas feitas em 2020. Na época, Otoni o chamou de “lixo”, “canalha” e “déspota” durante lives. Hoje, o parlamentar afirma que agiu “movido por forte emoção” e que está profundamente arrependido por ter se excedido.

Otoni destacou que suas palavras surgiram num momento em que se sentia injustiçado por decisões judiciais que atingiram sua honra. Segundo ele, a quebra de seus sigilos, sem aviso prévio, foi um duro golpe pessoal e familiar. Ele alegou que, como vive da própria imagem, sentiu-se exposto à suspeita pública de corrupção — algo que sempre combateu.

No texto, o deputado também relata outro episódio em que defendeu o jornalista Oswaldo Eustáquio em uma segunda transmissão ao vivo. Mais uma vez, sob forte indignação, Otoni disse ter perdido o controle emocional. Agora, reconhece que seus comentários foram desrespeitosos e em desacordo com os princípios que sempre defendeu como pastor.

O parlamentar apelou ao histórico de sua vida religiosa e pública como argumento de sinceridade. Ele afirmou que há mais de 30 anos lidera uma igreja e que seus ataques verbais não condizem com os valores que prega. Na carta, classificou seus atos como “página triste da política brasileira” e reiterou seu arrependimento diante do ministro.

Otoni encerrou a carta com um pedido dramático: que Moraes o ajude a “não viver essa vergonha diante dos filhos e da igreja”. Ciente de que o STF pode julgá-lo e até cassar seu mandato, o deputado diz temer o fim da sua trajetória pública. A carta revela o impacto devastador que os inquéritos do STF vêm impondo a parlamentares que ousaram criticar os ministros — num ambiente em que liberdade de expressão está, cada vez mais, sob ataque.

LEIA A CARTA COMPLETA A SEGUIR: Excelentíssimo Sr. Ministro do STF Dr. Alexandre de Moraes

Venho respeitosamente, através desta carta, redigida por mim mesmo, a Vossa Excelência, com objetivo de lhe pedir perdão, como tive a oportunidade, mesmo que rapidamente, lhe pedir em solenidade no Palácio do Planalto no ano passado, por minhas declarações ofensivas e desrespeitosas a Vossa Excelência em duas infelizes ocasiões.

A primeira quando Vossa Excelência determinou a quebra dos meus sigilos. Soube da decisão de Vossa Excelência através da imprensa. Naquele momento, vi minha honra como político, pastor e chefe de família sendo exposta à opinião pública, tão acostumada a associar tais decisões judiciais à corrupção ou algo parecido. Por viver da minha imagem e sabedor que tenho pautado minha vida pública e privada na honestidade, tomei a decisão de abrir uma live pela minha rede social com o intuito de me defender e, justamente, nesse momento, tomado de forte emoção, acabei me excedendo e acabei me dirigindo a Vossa Excelência com um nível de desrespeito que me envergonho hoje.

A segunda ocasião, que se deu em menos de 30 dias do ato acima mencionado, foi durante uma outra live, esta motivada a defender o sr. Oswaldo Eustáquio, embora até aquele presente momento nunca ter estado com o jornalista pessoalmente.

Apenas pelas redes sociais, me posicionei em sua defesa, diante de uma decisão de Vossa Excelência. Nesse momento, ainda movido e tomado de forte emoção e sentimento de injustiça pela decisão de Vossa Excelência, relatado no parágrafo acima, mais uma vez me excedi ao me dirigir a Vossa Excelência de forma desrespeitosa.

Ministro, sou pastor há mais de 30 anos das Assembleias de Deus, portanto, tal comportamento e vocabulário ofensivo, são inaceitáveis pela Igreja, mas fui vencido pelo destempero e seduzido por aquele momento de ataque às instituições, uma página triste na política brasileira. Por essa razão quero demonstrar à Vossa Excelência meu profundo arrependimento, pedindo escusas à Vossa Excelência.

Tenho consciência que o julgamento que serei submetido no plenário da Suprema Corte, por ofensas a Vossa Excelência, pode estabelecer a perda do meu mandato parlamentar e o fim da minha carreira política, mas suplico o favor de Vossa Excelência, que me ajude a não viver essa vergonha diante dos meus filhos e Igreja.

Mais uma vez, perdão

Dep. Otoni de Paula

By Jornal da Direita Online

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