
O general Gustavo Dutra, figura conhecida por suas declarações simpáticas ao presidente Lula e atuação controversa durante os episódios do 8 de janeiro, foi oficialmente preterido pelo Alto Comando do Exército. A lista de promoções divulgada nesta terça-feira (24) não incluiu seu nome, encerrando qualquer chance do militar alcançar o último posto da carreira. A exclusão surpreendeu alguns, mas para muitos, foi apenas o reflexo de uma ficha que pesou demais.
Dutra era o comandante militar do Planalto exatamente no dia das manifestações que resultaram nos atos de depredação em Brasília. Sua atuação, vista como omissa por parte da sociedade e da própria caserna, gerou desconfiança quanto à lealdade à instituição e à Constituição. Ainda assim, sua permanência foi garantida por meses, o que gerou duras críticas à condução política das Forças Armadas sob o governo Lula.
O que mais causou repúdio entre os militares de linha mais dura foram as declarações elogiosas de Dutra ao presidente petista. Em uma delas, afirmou admirar a “inteligência emocional” de Lula, o mesmo Lula que passou anos atacando as instituições militares e tentando politizar os quartéis. Para os militares fiéis à hierarquia e à missão constitucional das Forças Armadas, essa postura foi considerada uma traição aos valores da tropa.
A decisão de barrar Dutra da promoção ao topo do generalato pode ser interpretada como um recado do Alto Comando: bajuladores de políticos não terão vez. A meritocracia e a lealdade institucional, valores esquecidos por alguns, parecem estar sendo retomados dentro da caserna. Ao menos por ora, essa sinalização reacende a esperança de que o Exército retome sua postura de independência e firmeza.
Resta saber se esse gesto será suficiente para frear a tentativa de politização das Forças Armadas, algo intensificado no atual governo. Para muitos brasileiros, a figura de Gustavo Dutra se tornou símbolo de um Exército que vacilou quando o país mais precisava de firmeza. Sua exclusão da lista de promoções foi, para esses, mais que justa: foi necessária.