
O ex-deputado federal Daniel Silveira, preso na Penitenciária de Magé (RJ), voltou aos holofotes nesta sexta-feira (27) após a defesa alegar que ele precisa de uma cirurgia urgente no joelho. A solicitação, no entanto, foi recebida com desconfiança pelo ministro Alexandre de Moraes, que impôs mais uma barreira: determinou a realização de uma perícia médica oficial antes de qualquer autorização.
Os advogados de Silveira anexaram laudos de raio-X e ressonância magnética que apontam desgaste irreversível no aparelho extensor do joelho. A cirurgia, segundo os documentos, é “urgente e imprescindível”. Mesmo assim, Moraes deu um prazo de até cinco dias para uma nova avaliação por perito do sistema penitenciário, questionando a real urgência do caso.
Daniel Silveira, que já recebeu indulto presidencial de Jair Bolsonaro em 2022, segue encarcerado sob o argumento de reincidência em violações. Ele foi condenado por declarações consideradas antidemocráticas contra o STF, incluindo críticas duras e defesa do regime militar. Desde então, tem acumulado negativas a pedidos de “saidinha”, monitoramento por tornozeleira e até de trabalho externo.
Em março, Moraes já havia recusado a saída do ex-deputado para a Páscoa, alegando que Silveira “zomba da Justiça”. Em abril, outro pedido foi barrado com a justificativa de que o ex-policial não demonstra qualquer respeito às decisões judiciais.
A decisão desta sexta é mais um capítulo do que já parece uma perseguição sistemática. Mesmo diante de laudos médicos, a burocracia se impõe e Silveira permanece sem tratamento. Quando até o direito à saúde é travado por disputas políticas, o sistema perde sua máscara de imparcialidade.