
Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), historicamente aliados da esquerda, agora acusam o próprio governo Lula de manipular números sobre a reforma agrária. Segundo o movimento, áreas que sequer foram regularizadas estão sendo apresentadas como “entregues”, numa tentativa desesperada do Planalto de inflar resultados que não existem na prática.
O caso do acampamento Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais, simboliza o embuste. Lula foi ao local em março para anunciar uma suposta vitória, mas até agora nada foi regularizado, nem mesmo os trabalhadores receberam crédito rural. A visita virou apenas mais um ato político vazio, típico do petismo que prioriza marketing em vez de resultados concretos.
O MST denuncia que a maquiagem nos números é generalizada: terrenos ainda em disputa judicial já aparecem nas estatísticas oficiais como se estivessem totalmente resolvidos. A tática escancara a falta de compromisso do governo com quem está no campo esperando dignidade e estrutura para trabalhar.
Diante das cobranças, o governo se limita a alegar que “trâmites técnicos” estão em andamento, enquanto promete entregar 60 mil assentamentos até 2026 — promessa que, para o próprio MST, não tem fundamento algum na realidade atual. A falta de ação concreta e a lentidão nos processos cartoriais só alimentam o clima de insatisfação e frustração entre os acampados.
No fim de maio, lideranças do MST confrontaram Lula pessoalmente em um evento oficial. O recado foi direto: se não houver avanços reais, o movimento pode voltar às ruas e estradas em novas mobilizações. A base histórica do petismo agora ameaça se rebelar contra o próprio “pai dos pobres” que, mais uma vez, promete muito e entrega pouco.
Enquanto isso, milhares de famílias continuam esquecidas, sem crédito, sem título de terra e sem acesso às políticas públicas que Lula tanto alardeia em seus discursos populistas.