
A divulgação do acórdão nesta segunda-feira (17) confirmou oficialmente a rejeição dos recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e por outros sete integrantes do chamado “núcleo central” da suposta tentativa de golpe. Com esse documento publicado, abre-se agora o prazo de cinco dias para novos recursos, etapa que antecede diretamente o temido trânsito em julgado, momento em que não resta mais alternativa processual para a defesa e começa, de fato, o cumprimento das penas.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, será o responsável por avaliar as novas contestações. Ele pode optar por enviar os embargos para análise do plenário da 1ª Turma ou rejeitá-los individualmente, caso entenda que não passam de tentativas de atrasar o processo. Em decisões anteriores, Moraes já havia deixado claro seu entendimento ao afirmar que as peças da defesa de Bolsonaro refletem apenas “inconformismo”, reforçando o clima de perseguição percebido por aliados e juristas críticos.
Enquanto essa nova rodada de recursos se aproxima, Bolsonaro continua em prisão domiciliar desde 4 de agosto, medida que muitos especialistas classificam como desproporcional. Nos bastidores do Supremo, cresce a expectativa de que a execução da pena seja determinada ainda em novembro, caso nenhuma mudança altere o curso do processo — algo improvável diante do alinhamento político e jurídico que domina a Corte desde o início da ação.
O avanço acelerado desse processo reforça o cenário de tensão no país e alimenta a percepção de que o caso de Bolsonaro extrapola o campo jurídico, revelando um ambiente onde o “sistema” atua com velocidade incomum quando o alvo é um opositor direto do governo. A possibilidade de uma decisão definitiva já nas próximas semanas tem gerado inquietação dentro e fora de Brasília, evidenciando que o desfecho desse episódio será determinante para o futuro político do Brasil.
