
O ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, oficializou sua saída do Partido dos Trabalhadores (PT) após mais de dez anos de filiação. A principal justificativa apresentada foi a falta de espaço e participação política dentro da legenda no Rio Grande do Norte, onde, segundo ele, setores internos ocuparam posições sem qualquer diálogo.
Em entrevista, Prates deixou claro que a decisão não tem relação direta com sua saída da Petrobras, embora esta tenha ocorrido em meio a atritos com ministros do governo Lula. Ele destacou: “No Rio Grande do Norte, algumas áreas do partido preferiram ocupar espaços sem me consultar. Pensei que no PT esta seria a regra. Como não foi, vou-me embora para outro lugar que seja assim”.
Agora, o ex-senador mantém conversas com dirigentes do MDB e do PDT, avaliando um novo projeto político que pode incluir candidatura ao Senado em 2026. Nos bastidores, sua movimentação é vista como tentativa de reposicionar sua carreira, após o desgaste sofrido dentro do PT e sua saída da presidência da Petrobras.
Prates também comentou que parte da estratégia traçada em sua gestão na estatal continua em curso, mas fez críticas a medidas recentes, como os investimentos no setor de etanol, que, em sua visão, podem comprometer os avanços na transição energética. O posicionamento indica que, mesmo fora da Petrobras, ele pretende manter voz ativa no debate energético nacional.
O rompimento com o PT representa não apenas uma mudança de legenda, mas também um sinal de desgaste dentro da própria base de Lula, que vê um aliado histórico romper relações em meio a disputas internas. A movimentação de Prates reforça a percepção de que o governo enfrenta fragmentações crescentes em sua base política.
