
O ex-presidente Michel Temer publicou um vídeo nesta quarta-feira (23) comentando a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, mas seu tom moderado e cauteloso pareceu mais uma tentativa de blindar o STF do que defender os reais interesses do país. Temer classificou como “injustificável” o cancelamento de vistos de ministros do Supremo, mas evitou qualquer crítica direta ao governo Lula, que vem assistindo passivamente ao aumento da tensão com Washington.
Enquanto os Estados Unidos reagem contra abusos de poder cometidos por membros do STF, Temer prefere pregar “bom senso” e “sobriedade”, ignorando o autoritarismo de Alexandre de Moraes e Barroso, que têm sido os protagonistas da crise. Ao invés de condenar os ataques à liberdade de expressão e os excessos cometidos dentro do Judiciário brasileiro, o ex-presidente opta por um discurso protocolar, que não diz nada e não resolve nada.
O emedebista ainda criticou a tarifa de 50% imposta por Trump a produtos brasileiros, sem mencionar que essas sanções são resultado direto do alinhamento do Judiciário e do Legislativo brasileiro com práticas autoritárias e antidemocráticas, que estão sendo observadas com preocupação por potências estrangeiras.
A fala de Temer é mais um exemplo de como as figuras do centrão preferem se equilibrar em cima do muro, fingindo neutralidade enquanto defendem os interesses de quem está no poder. O Brasil não precisa de discursos vagos — precisa de posicionamentos firmes diante de abusos, seja de ministros, seja do Planalto.