
A notícia da morte do Papa Francisco, divulgada nesta segunda-feira (21) pelo Vaticano, trouxe novamente à tona um tema que há séculos intriga fiéis e estudiosos: a Profecia dos Papas. Segundo a tradição, esse antigo manuscrito teria sido escrito por São Malaquias, um bispo irlandês do século XII, que teria tido uma visão durante uma visita a Roma no ano de 1139. A obra só veio à luz no final do século XVI, quando foi encontrada nos arquivos secretos do Vaticano pelo monge beneditino Arnold Wion.
Essa profecia apresenta 112 frases curtas em latim que supostamente descrevem cada papa da Igreja Católica, começando por Celestino II, eleito em 1143, até o fim dos tempos. O trecho final do texto aponta para um personagem enigmático, chamado “Petrus Romanus” — ou Pedro, o Romano —, que lideraria a Igreja durante um período de profundas tribulações, culminando com a destruição da cidade de Roma e o julgamento final da humanidade. O cenário descrito soa quase apocalíptico.
A última frase da profecia não deixa dúvidas sobre o clima sombrio: “Pedro, o Romano, alimentará seu rebanho entre muitas turbulências, após as quais a cidade das sete colinas será destruída e o formidável Juiz julgará seu povo”. Muitos enxergam na figura de Francisco a representação dessa profecia. Por ser argentino, filho de italianos e com um forte perfil pastoral, alguns interpretam que o nome “Pedro, o Romano” pode ter sido simbólico e se cumprido na pessoa de Jorge Mario Bergoglio.
Outros estudiosos acreditam que o sucessor de Francisco será, de fato, aquele que encarnará a figura do último papa. O argumento ganha força diante da atual situação mundial, marcada por crises políticas, guerras, degradação moral e confusão espiritual. Todos esses elementos estariam previstos nos escritos de São Malaquias como sinais do tempo do fim. Com a morte de Francisco, muitos se perguntam: será que o próximo pontífice fechará o ciclo profético?
Existe ainda uma curiosa cronologia que reforça essa suspeita. Se o Papa Sisto V, considerado o 75º na linha da profecia, foi eleito em 1585, e Francisco foi o 111º, a diferença de 442 anos indicaria que o “fim” — segundo o cálculo de alguns intérpretes — se daria em 2027. Esse tipo de leitura, mesmo sem respaldo oficial, tem ganhado adeptos e repercussão nas redes sociais, especialmente entre os que acompanham os eventos mundiais sob uma ótica espiritual e profética.
Embora muitos historiadores considerem a profecia uma invenção do século XVI para influenciar eleições papais, o texto ainda levanta debates. De fato, os lemas até 1590 são mais claros e objetivos, enquanto os posteriores se tornam mais vagos e subjetivos. No entanto, algumas coincidências históricas intrigam até os mais céticos — como o lema “Do eclipse do Sol”, associado ao Papa João Paulo II, que nasceu durante um eclipse. Coincidência ou sinal? A dúvida permanece viva.
Agora, com a Igreja vivendo o período de sede vacante e os olhares voltados ao conclave, o mistério se intensifica. O próximo papa será apenas mais um ou representará algo maior, profetizado há séculos? Se for Pedro, o Romano, o que isso significará para o mundo? São perguntas que ecoam entre os fiéis e que reacendem, com força, um antigo temor: o fim dos tempos estaria realmente próximo?