
“Dark Horse” contará a história do episódio em Juiz de Fora e tem estreia prevista para 2026
O produtor mexicano Eduardo Verástegui, responsável pelo sucesso internacional Som da Liberdade (Sound of Freedom, 2023), iniciou nesta quinta-feira (23) a produção do longa-metragem Dark Horse, que retratará o atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018.
Segundo o jornal Estado de S. Paulo, as filmagens começaram em Los Angeles e em breve seguirão para o Brasil, com lançamento previsto para 2026. A narrativa acompanhará o ataque sofrido por Bolsonaro em Juiz de Fora (MG) e seus desdobramentos políticos.
Enredo mistura fatos reais e elementos de ficção
O roteiro de Dark Horse é inspirado no livro “Capitão do Povo”, escrito pelo deputado federal Mário Frias (PL-SP), ex-secretário de Cultura. O texto descreve Bolsonaro como um “improvável vencedor” das eleições de 2018 e traz elementos de ficção e ação, com cenas que o retratam como militar combatendo o tráfico e conspirações políticas nos anos 1980.
A trama inclui flashbacks e aborda outras tentativas de assassinato contra o então candidato, intercalando investigações sobre os supostos mandantes do atentado.
O vilão principal é um traficante poderoso, preso por Bolsonaro quando este ainda servia ao Exército, e que mais tarde orquestra a vingança. Já o personagem baseado em Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso da facada, aparece com o nome fictício Aurélio Barba.
“O objetivo é mostrar como um homem comum, vindo das Forças Armadas, enfrentou forças maiores do que ele, sobrevivendo ao impossível”, declarou o roteirista em nota à imprensa americana.
Elenco e representações da família Bolsonaro
A produção já escalou os atores que interpretarão os filhos e familiares do ex-presidente.
De acordo com a Folha de S.Paulo:
- Sérgio Barreto, ator brasileiro, viverá Carlos Bolsonaro (PL-RJ);
- Eddie Finlay, norte-americano, interpretará Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
- Marcus Ornellas, mexicano radicado no Brasil, fará o papel do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a filha caçula do ex-presidente, Laura, também terão participações na história.
O papel de Jair Bolsonaro ainda não foi oficialmente anunciado, mas, segundo fontes próximas à produção, três atores internacionais estão em negociação para interpretar o ex-presidente em diferentes fases da vida — jovem militar, deputado e candidato.
Direção e equipe internacional
A direção será assinada por Cyrus Nowrasteh, cineasta iraniano-americano conhecido por filmes de tom político e religioso, como O Jovem Messias (2016) e O Apedrejamento de Soraya M. (2008).
A produção é encabeçada por Eduardo Verástegui, que ganhou projeção mundial ao produzir Som da Liberdade, obra que se tornou fenômeno entre o público conservador e cristão.
“Dark Horse é sobre fé, sobrevivência e destino. É uma história sobre como um homem se torna símbolo de resistência política”, afirmou Verástegui ao site Deadline.
As filmagens devem ocorrer entre Brasil, México e Estados Unidos, com locações em Brasília, Juiz de Fora e Rio de Janeiro.
Contexto político e repercussão
O filme promete reacender debates sobre o atentado de 2018, episódio em que Bolsonaro foi esfaqueado durante um ato de campanha. O agressor foi preso em flagrante e declarado inimputável pela Justiça, sob alegação de transtornos mentais.
Desde então, o caso é tema de disputas políticas e investigações inconclusas sobre possíveis mandantes.
Analistas apontam que Dark Horse pode reforçar a imagem heroica de Bolsonaro junto à sua base política, especialmente diante das eleições de 2026, ano previsto para o lançamento do longa.
