
O Ministério do Interior de Israel confirmou que revogou os vistos de entrada de uma comitiva composta por 27 parlamentares e ativistas da esquerda francesa. O grupo pretendia viajar ao país nos próximos dias, mas foi impedido com base em uma lei israelense que autoriza o veto à entrada de pessoas com intenções de agir contra o Estado de Israel.
Segundo o governo israelense, a decisão segue a legislação interna e visa proteger a soberania do país. A comitiva francesa, formada por nomes abertamente pró-Palestina e críticos da política israelense, tentou apelar ao presidente Emmanuel Macron após ter os vistos cancelados às vésperas da viagem. A delegação demonstrou indignação com o que chamou de “punição coletiva”, alegando que os vistos já haviam sido aprovados anteriormente.
A visita estava marcada para ocorrer entre os dias 20 e 24 de abril, e os parlamentares acusam o governo israelense de ter recuado por razões meramente políticas.
Entre os membros estavam nomes conhecidos da esquerda radical, como François Ruffin, Alexis Corbière, Julie Ozenne, Soumya Bourouaha e Marianne Margaté. Todos ligados a movimentos ecológicos e comunistas, que frequentemente adotam posturas críticas a Israel e alinhadas ao discurso pró-Palestina.
Em nota assinada por 17 parlamentares, o grupo exige explicações formais do governo de Macron. A nota critica o que eles classificam como “ruptura diplomática” entre França e Israel, e pressiona o presidente francês a tomar medidas enérgicas. O tom da carta é de cobrança direta ao chefe de Estado.
O presidente Emmanuel Macron já havia sinalizado que poderia apoiar o reconhecimento oficial de um Estado palestino. Esse possível alinhamento com pautas sensíveis do Oriente Médio também levanta dúvidas sobre a neutralidade diplomática da França, cada vez mais pressionada pela ala esquerdista de seu parlamento.
Para manter a repercussão política da situação, a delegação de esquerda anunciou uma coletiva de imprensa em Paris para a próxima terça-feira, dia 22. O grupo promete transformar a rejeição israelense em bandeira política interna, tentando ganhar espaço e influência dentro e fora do país.