
O governo dos Estados Unidos estuda ampliar a aplicação da Lei Magnitsky para além do ministro Alexandre de Moraes, já atingido por sanções. Fontes com acesso direto às autoridades americanas confirmaram que pelo menos dois outros ministros do STF estão sob análise para possíveis medidas restritivas pelo governo de Donald Trump.
Segundo interlocutores, ministros que manifestam apoio público a Moraes podem ser incluídos na lista de sanções. Os nomes de Gilmar Mendes e Flávio Dino foram citados, por suas manifestações públicas em defesa do magistrado.
De acordo com o entendimento do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, tais apoios poderiam ser enquadrados como conivência com violações de direitos humanos atribuídas a Moraes.
A avaliação ainda é preliminar, mas se soma a medidas já adotadas por Washington. Além da esposa de Moraes, Viviane Barci de Moraes, que sofreu bloqueio de bens e restrições financeiras, os EUA também revogaram vistos de sete autoridades brasileiras, incluindo o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ministro do TSE, Benedito Gonçalves.
Em meio às tensões, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, declarou em encontro com jornalistas que aguarda o resultado das conversas entre Lula e Trump para entender o alcance das decisões americanas. A movimentação expõe o isolamento do Supremo em nível internacional e amplia a pressão política contra o tribunal.
Em resposta às sanções, Moraes declarou que tais medidas contrastam com a tradição americana de respeito aos direitos fundamentais e representam uma violação ao Direito Internacional, à soberania do Brasil e à independência do Judiciário. O ministro reforçou que os juízes brasileiros não aceitarão “coações ou obstruções no exercício de sua missão constitucional”.