
A cidade de Campinas, no interior paulista, será palco de uma importante mobilização no próximo sábado (27), em apoio à anistia dos presos políticos do 8 de janeiro. O ato está marcado para às 14h no Largo do Rosário, no centro da cidade, e promete reunir centenas de brasileiros que enxergam injustiças gritantes no processo de perseguição política promovido contra manifestantes conservadores.
O evento é organizado pelo perfil Brasil Avante e contará com a participação de familiares de Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira da cidade de Paulínia que ficou nacionalmente conhecida por escrever com batom a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal. Débora tornou-se símbolo da resistência contra os abusos de autoridade praticados em série desde o episódio de 2023, mas permanece em prisão domiciliar e não poderá participar da manifestação.
Débora foi presa ainda em março de 2023 e é acusada de uma série de crimes completamente desproporcionais, entre eles tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. As acusações são vistas por muitos juristas independentes como politizadas e sem amparo na realidade dos fatos, reforçando a tese de que há perseguição judicial contra opositores do atual regime.
Em março de 2025, o ministro Alexandre de Moraes — conhecido por protagonizar decisões controversas e autoritárias — votou pela condenação de Débora a absurdos 14 anos de prisão em regime fechado. A pena, claramente desproporcional à conduta, foi momentaneamente suspensa após um pedido de vista feito pelo ministro Luiz Fux, que demonstrou preocupação com a gravidade da condenação imposta sem equilíbrio ou razoabilidade.
A mobilização em Campinas integra uma série de manifestações que têm ganhado força em todo o Brasil, reunindo cidadãos preocupados com a escalada autoritária e a criminalização do pensamento conservador. Para muitos brasileiros, o que se viu após o 8 de janeiro foi uma caçada ideológica travestida de legalidade, com prisões arbitrárias, censura de redes sociais e punições impostas sem o devido processo legal.
Com faixas, camisetas e orações, os manifestantes planejam transformar o Largo do Rosário em um grito por liberdade, justiça e respeito à Constituição. A mobilização é também um apelo direto ao Congresso Nacional, que continua postergando a votação do projeto de anistia aos condenados, apesar da pressão popular cada vez mais intensa. Para os presentes, anistiar é fazer justiça, não impunidade.