
A recente declaração do governador Romeu Zema, acusando Eduardo Bolsonaro de agir por “interesse pessoal” ao permanecer nos Estados Unidos, ignora por completo o ambiente de perseguição política que tomou conta do país. O comentário não apenas desconsidera a realidade, como também distorce o sacrifício de quem deixou família, carreira e raízes para preservar a própria liberdade diante de um sistema cada vez mais hostil a opositores.
É impossível acreditar que um deputado federal com uma das maiores votações da história, com carreira sólida na Polícia Federal, com esposa, filhos, amigos e forte ligação com o Brasil, teria simplesmente “abandonado tudo” por conveniência. Eduardo não buscou conforto: buscou segurança e sobrevivência num cenário onde adversários políticos passaram a ser tratados como inimigos do Estado.
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O autoexílio foi um ato de autopreservação — não de fuga. Separar-se da própria terra, dos avós de seus filhos, da família e do convívio diário não é vantagem, é renúncia profunda. Um preço altíssimo pago por quem se recusa a se curvar diante de um sistema que prende opositores, intimida conservadores e inviabiliza o legítimo exercício da liberdade de expressão.
A prisão arbitrária de Jair Bolsonaro há mais de 100 dias escancara que Eduardo tomou a decisão correta. Permanecer no Brasil, diante da escalada autoritária, poderia significar destino semelhante ou até pior. Ao contrário do que insinua Zema, Eduardo Bolsonaro não está cuidando de interesses próprios: está denunciando ao mundo as violações que ocorrem em território brasileiro — trabalho que exige coragem e enorme desgaste pessoal.
Seu esforço representa milhares de brasileiros que se sentem perseguidos, silenciados e desamparados por um Estado que ultrapassou os limites democráticos. Ele ecoa o sentimento de quem ainda acredita na liberdade como valor inegociável.
Zema pode discordar de Eduardo, pode não simpatizar com ele — isso é legítimo. Mas acusá-lo de agir por interesse pessoal é, no mínimo, uma enorme injustiça histórica com alguém que colocou a própria vida e família em segundo plano para defender aquilo que acredita: um Brasil livre, soberano e justo.
