
O ministro Luiz Fux adotou posição contrária à maioria dos colegas no julgamento dos réus dos atos de 8 de janeiro, votando pela absolvição de determinados acusados. Em contraste com o entendimento dominante no tribunal, ele defendeu que faltam provas individualizadas suficientes contra alguns dos réus para mantê-los condenados.
No caso de Cristiane Angélica Dumont Araújo, Fux sustenta que não há elementos que a vinculem a práticas violentas ou participação direta nos atos. Para ele, a acusação não conseguiu demonstrar ligação concreta entre ela e o plano de invasão dos prédios públicos.
O ministro também acolheu diversas preliminares articuladas pelas defesas, em divergência com o relator Alexandre de Moraes, que buscava responsabilizações mais amplas. Fux questionou a competência da corte para julgar todos os réus nos termos apresentados, sugerindo que alguns processos deveriam tramitar em instâncias inferiores ou no plenário.
Ao longo de seu voto, ele argumentou que condenações só deveriam ocorrer com base em provas específicas, e não por vínculos genéricos a movimentos ou manifestações políticas. Reforçou que o sistema jurídico exige responsabilidade individualizada, não generalizações a partir de atos coletivos.
Sua postura provocou repercussão no meio jurídico e político: ao romper com a maioria, Fux acrescentou tensão ao julgamento, e seu posicionamento tende a influenciar ministros ainda indecisos. O resultado final do julgamento poderá sofrer impacto do seu voto — apesar de ainda não alterar a tendência dominante.