
O ditador venezuelano Nicolás Maduro agradeceu publicamente Luiz Inácio Lula da Silva por uma declaração em que ele afirmou não querer ver uma “invasão terrestre” dos Estados Unidos na Venezuela. Em congresso do partido chavista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Maduro disse: “Agradeço também ao presidente Lula da Silva, pois Lula fez um pronunciamento contundente pela paz na América do Sul, na América Latina, e sobre o poder que a CELAC deve ter”.
Na declaração, Lula afirmou a um correspondente internacional que “problema político a gente não resolve com armas. A gente resolve com diálogos” e que “não quero que a gente chegue a uma invasão terrestre [da Venezuela por forças militares dos Estados Unidos]”. Essa posição mais próxima de ditadura chavista do que de liberdade golpeia quem defende soberania e segurança nacionais.
Para a direita preocupada com ordem, mercado e independência, o gesto de Maduro funciona como um troféu para o Brasil: o presidente Lula se mostra alinhado com regimes autoritários, numa guinada que aponta para o protagonismo do Estado sobre a iniciativa privada e a liberdade individual. Esse tipo de discurso reforça a percepção de que o Brasil está tomando partido ideológico em vez de defender interesses nacionais consistentes.
Ao agradecer Lula, Maduro reforça a narrativa de que há cumplicidade do governo brasileiro com governos que desafiam a democracia. Para quem defende valores como Estado limitado, livre mercado e soberania, é uma inversão de prioridades: enquanto o Brasil acumula déficits e cresce pouco, o presidente discursa como porta-voz de regimes que fragilizam a América Latina — e não como agente de crescimento e estabilidade para o país.
Além do impacto simbólico, existe risco concreto: ao aproximar-se de Maduro, o Brasil pode se ver envolvido em redes que intimidam o setor privado, limitam o investimento estrangeiro e potencialmente expõem o país a sanções e auxílios a regimes autoritários. Tal cenário afasta o Brasil do caminho de liberdade econômica e reforça o protagonismo estatal, exatamente o oposto da agenda que muitos defendem.
Em suma: o agradecimento de Maduro a Lula é algo que parcela significativa da sociedade vai enxergar como sintoma de um governo que se coloca ao lado de ditaduras em vez de priorizar o Brasil. O discurso é preocupante para quem acredita em iniciativa privada, soberania nacional e menores interferências estatais.
