
Durante comentário na CNN Brasil, o jornalista William Waack avaliou que a visita de Alexandre de Moraes ao Rio de Janeiro — para acompanhar pessoalmente as investigações da megaoperação policial — acabou expondo ainda mais o Supremo Tribunal Federal, colocando seus ministros no centro do debate político nacional.
Segundo Waack, Moraes poderia ter agido por meio de despachos e ofícios, sem precisar se deslocar até o local. Para o apresentador, o gesto teve forte carga simbólica e midiática, resultando em exatamente o tipo de exposição pública que os ministros dizem querer evitar. “Essa visita serviu, sobretudo, para colocar o Supremo — propositalmente ou não — sob os holofotes da política”, pontuou.
O jornalista observou que não foi um episódio isolado: a postura recente do STF tem contribuído para a percepção de que o tribunal atua politicamente, principalmente quando interfere em assuntos de segurança pública ou revisa decisões da Operação Lava Jato. “É possível que alguns ministros, no afã de fiscalizar governadores e reafirmar a narrativa de que a Lava Jato foi um equívoco, não percebam como acabam sendo vistos: como parte do problema”, alertou Waack.
Ele destacou ainda que, embora a missão constitucional do Supremo seja garantir os direitos e as liberdades individuais, cresce na sociedade a sensação de que a Corte tem sido conivente com a impunidade, ao favorecer criminosos e enfraquecer ações contra o crime e a corrupção. O comentário de Waack ecoa a percepção popular de que o STF perdeu a noção de limite, interferindo em poderes e políticas que não lhe competem diretamente.
