
Nos primeiros seis meses de 2025, a Rússia assumiu o posto de maior fornecedora de diesel ao Brasil, representando mais de 60% das importações do combustível, de acordo com dados oficiais do governo brasileiro. Esse movimento ocorre em meio ao embate comercial com os Estados Unidos, que impuseram sanções contra Moscou e aplicaram tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, em retaliação à postura política de Brasília.
O número expressivo de importações da Rússia foi impulsionado por condições de preço atrativas e pela escassez de fornecedores não sancionados. O Brasil pagou cerca de US$ 4,5 bilhões em diesel russo em 2024, um volume recorde que agora passa a ter peso político — afinal, fortalece o comércio com um país alvo de sanções ocidentais.
Apesar da dependência, fontes especializadas alertam para riscos logísticos e reputacionais. Sanções a navios e empresas ligadas à Rússia podem atrapalhar a continuidade das entregas ao Brasil. Ainda assim, o país segue importando fortemente o produto para manter sua cadeia de transporte e abastecimento energético funcionando.
Em resposta às ofensivas norte-americanas, o governo brasileiro registrou na Organização Mundial do Comércio (OMC) pedido formal de consulta para contestar as tarifas de Washington, em movimento para defender sua soberania comercial diante das pressões externas.