
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou o encerramento do procedimento administrativo que apurava condutas do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusadas de desacreditar as urnas eletrônicas e comprometer a lisura do pleito de 2022.
A relatora, ministra Isabel Gallotti, corregedora-geral da Justiça Eleitoral, concluiu que não surgiram indícios adicionais para prosseguir com a investigação e destacou o esgotamento do prazo para ações eleitorais conexas. O caso fora iniciado em 2021, motivado por uma transmissão em rede ao vivo realizada por Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Durante o evento, o então chefe do Executivo contestou abertamente a confiabilidade do modelo de votação digital, o que levou o ministro Luis Felipe Salomão — corregedor do TSE na época — a instaurar a apuração. O tribunal qualificou a atitude como potencialmente delituosa. Na ocasião, Bolsonaro e o deputado Filipe Barros (PL-PR) exibiram um documento da Polícia Federal (PF) que descrevia uma suposta incursão hacker no sistema do TSE.
O relatório, baseado em dados internos da própria Corte, foi invocado pelos dois como evidência de fragilidades no processo eleitoral. A exibição do material provocou polêmica, pois o conteúdo estaria associado a um inquérito da PF considerado confidencial. No entanto, tanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto a Procuradoria da Câmara dos Deputados atestaram que o documento não ostentava caráter sigiloso.
Apesar disso, Bolsonaro e o parlamentar viraram alvos da investigação no âmbito eleitoral. O Ministério Público Eleitoral também endossou o fechamento do dossiê, citando a ausência de evidências complementares para sua manutenção. Assim, o TSE optou por extinguir o processo e remeter os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF), que prossegue com análises sobre eventuais ramificações penais, notadamente quanto à alegada propagação de desinformação.
