Acusado de tráfico na Espanha pode ficar solto no Brasil com tornozeleira!

búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, acusado de envolvimento com tráfico de drogas na Espanha, está tentando escapar da extradição ao pedir para cumprir prisão domiciliar no Brasil, usando tornozeleira eletrônica. A defesa dele entregou ao STF documentos que comprovam união estável com uma brasileira, além de provas de residência fixa e filhos em território nacional.

A manobra ocorre após uma decisão polêmica do ministro Alexandre de Moraes, que suspendeu o processo de extradição na última terça-feira (15). A justificativa do magistrado foi baseada no princípio da reciprocidade, já que a Espanha se recusou a extraditar o blogueiro brasileiro Oswaldo Eustáquio, que é perseguido politicamente por ter se posicionado contra o atual governo.

Na avaliação de Moraes, a negativa das autoridades espanholas violou o tratado de extradição entre os dois países. Com isso, o Brasil estaria, segundo ele, desobrigado a manter sua parte no acordo, o que beneficiou diretamente o estrangeiro acusado por crimes graves fora do país.

A decisão levantou debates sobre o uso seletivo das leis e gerou críticas de setores conservadores, que enxergam na medida uma contradição. Enquanto cidadãos brasileiros sofrem prisões e restrições arbitrárias por motivos políticos, um estrangeiro com histórico de crimes internacionais encontra amparo legal no Supremo.

A defesa de Vasilev tenta agora converter a prisão preventiva em domiciliar, alegando vínculos familiares e colaboração com a Justiça. A proposta é que ele seja monitorado eletronicamente, podendo permanecer em solo brasileiro, mesmo com acusações pesando contra ele no exterior.

A situação escancara como as decisões do STF seguem gerando polêmicas. A sensação de impunidade se mistura ao sentimento de insegurança jurídica, alimentando a desconfiança da população com relação à atuação da Corte. Para muitos, trata-se de mais um episódio onde a balança da justiça parece pender para os que estão do lado certo politicamente.