
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, confirmou em Brasília que convidou o ex-presidente Michel Temer para se filiar ao partido e disputar a Presidência da República em 2026. Temer, conhecido por sua habilidade em transitar entre diferentes grupos políticos, teria recebido o convite com apreço e prometido analisar a proposta. A tentativa, no entanto, revela o desespero tucano em voltar ao protagonismo após anos de declínio e perda de relevância no cenário nacional.
Segundo Perillo, Temer seria uma figura de equilíbrio e experiência, capaz de contribuir para o “reestabelecimento da moderação política”. Em entrevista, o dirigente afirmou que o Brasil “precisa de temperança”, destacando o perfil técnico e negociador do ex-presidente. A ideia, contudo, soa como uma tática ultrapassada diante de um país polarizado, onde o eleitor já se cansou dos partidos que fingem neutralidade enquanto se alinham à velha política.
O PSDB tenta se reerguer após perder importantes lideranças para siglas como PSD e PP, e aposta em figuras como Temer para retomar a relevância. A situação, porém, demonstra que o partido perdeu completamente sua identidade. A legenda que já simbolizou a oposição ao PT hoje busca alianças com políticos sem qualquer apelo popular, na esperança de recuperar espaço em um cenário político que já a considera irrelevante.
Nesta mesma semana, o partido anunciou também a filiação de Ciro Gomes no Ceará — outro nome desgastado e em rota de colisão com o eleitor conservador. A estratégia é tentar ampliar influência no Nordeste e, ao mesmo tempo, mostrar que o PSDB ainda respira. Mas o movimento soa mais como um ato de desespero do que como um plano político consistente. Ao se unir a velhos caciques, o PSDB apenas confirma o que muitos já dizem: o fim trágico do partido que um dia sonhou em governar o Brasil.
