
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, deu uma entrevista ao jornal Washington Post, na qual afirmou que não há a menor possibilidade de recuar “nem um milímetro” nas ações que conduz contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo após sanções dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. Moraes disse que continuará firme: “receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem tiver que ser condenado, será condenado; quem tiver que ser absolvido, será absolvido.”
Na entrevista, ele comparou o avanço do autoritarismo no Brasil a uma “doença” e seu papel como aplicador de uma “vacina democrática”. Moraes citou as décadas de ditadura vividas no país como razão para sua postura enérgica, afirmando que a fragilidade democrática exige respostas fortes e processos legais rigorosos.
Sobre o acúmulo de poder, Moraes defendeu que suas decisões judiciais já foram analisadas mais de 700 vezes pelos colegas do STF — e nenhuma foi derrubada. Ele também afirmou que a crise de reputação com os EUA decorre de narrativas falsas espalhadas nas redes sociais, que prejudicaram o relacionamento entre Brasília e Washington.
Apesar de admitir que as sanções foram desagradáveis, Moraes reafirmou que seguirá com as investigações e medidas necessárias para proteger a democracia — “enquanto houver necessidade, a investigação continuará”. O discurso reforça sua imagem de instância de resistência institucional em tempos de tensão democrática.
A entrevista repercutiu fortemente, destacando o cenário de enfrentamento político-judicial. Moraes consolida-se como um dos principais protagonistas do combate ao autoritarismo no Brasil. Seu posicionamento marca o tom da batalha institucional entre independência judicial e pressões externas.