
O ex-ministro Marco Aurélio Mello criticou duramente o momento atual do STF, afirmando que a Corte vive uma verdadeira “extravagância”. Segundo ele, a atuação incisiva de Alexandre de Moraes está trazendo um desgaste institucional “enorme” para a Suprema Corte. Marco Aurélio disse que essa postura será “cobrada pela história” e sugere que Moraes seria candidato a um divã profissional para análise de sua conduta.
Ele questionou o uso do artigo 359‑I do Código Penal para impor cautelares e criticou a ideia de tratar Bolsonaro como criminoso. Para Marco Aurélio, o STF extrapolou competências ao julgar casos na instância máxima, lembrando que ex-presidentes como Lula foram processados na primeira instância. Ele alertou que decisões monocráticas confundem foro privilegiado com prerrogativa constitucional.
Marco Aurélio também defendeu que o STF retorne a decisões coletivas, com colegiado, não reforçando o poder de um único ministro. Ele lamentou o “espírito de corpo” que silencia divergências internas e reforçou que Moraes potencializou norma penal que deveria ser aplicada em situações extremas. Sem debate público, essas medidas perdem legitimidade institucional.
O ex-ministro destacou que o tratamento dado a Bolsonaro, com tornozeleira eletrônica, restrição de comunicação e processos no STF, confere uma imagem de agressão a quem não cometeu crimes graves. Ele pediu que a Corte reflita sobre os excessos e retome o equilíbrio na aplicação das cautelares. A mensagem de Marco Aurélio é clara: sem correção, o STF corre risco de ser visto como instrumento político.