
O presidente do PT de São Paulo, Kiko Celeguim, provocou constrangimento dentro do próprio partido ao mencionar Michelle Bolsonaro durante a abertura do encontro estadual de mulheres, realizado no sábado em São Paulo. A referência à ex-primeira-dama, hoje uma das figuras mais fortes da direita, causou imediata reação negativa das militantes presentes, que interromperam o discurso com sinais claros de reprovação.
O deputado tentou relacionar a indicação de Flávio Bolsonaro à disputa presidencial ao que ele chamou de “dinâmica de gênero na direita”, mas a comparação — feita justamente em um evento voltado às pautas femininas do PT — foi vista como totalmente deslocada. Em grupos internos, petistas classificaram o episódio como “desnecessário”, criticando o uso de Michelle como exemplo em pleno encontro partidário.
- Dirigente Do PT Cita postura de Michelle e militância petista entra em “surto” coletivo
- Moraes “cerceia” a defesa de Filipe Martins e exerce “tutela indevida da advocacia” na véspera do julgamento
- Milei surpreende novamente e apresenta os “anjos da guarda” da Argentina
- Vale-Natal Cancelado! Servidores Sentem Peso da mão petista nos correios
- A prisão que veio exatamente para desviar o foco.
Diante da repercussão, Celeguim negou ter defendido Michelle e afirmou que “apenas uma pessoa discordou” entre cerca de 400 presentes. Mesmo assim, justificou que seu objetivo era criticar o machismo generalizado e interpretar a reação de bolsonaristas a falas recentes da presidente do PL Mulher. O dirigente ainda atacou parte da própria militância, dizendo que alguns petistas não toleram nada que saia da “cartilha”.
A menção de Celeguim faz referência ao episódio em que Michelle Bolsonaro criticou publicamente a aproximação do PL com Ciro Gomes no Ceará, o que teria irritado setores da cúpula partidária. Para o presidente do PT paulista, a reação da direita masculina contribuiria para explicar a escolha de Flávio como candidato — análise que não caiu bem no ambiente petista.
O episódio revela um desconforto crescente dentro do PT diante da força política de Michelle Bolsonaro, que mesmo sem cargo eletivo consegue movimentar o debate e provocar ruídos até entre seus adversários diretos.
