
O primeiro dia da COP30, em Belém, começou com um cenário que contrastou com todo o discurso de “sustentabilidade e eficiência”: falta de comida na Green Zone. Visitantes que deixaram para almoçar mais tarde encontraram quiosques vazios, prateleiras sem opções e preços abusivos que já tinham causado revolta na semana anterior. A organização, tão celebrada pelo governo, não conseguiu garantir o básico: alimentação adequada para o público de um evento global.
Com a escassez de opções, sobrou apenas o quiosque da sorveteria, que virou o ponto mais disputado do local. Brasileiros e estrangeiros se viram obrigados a recorrer a sorvetes, doces e refrigerantes, enquanto até os sorvetes começaram a acabar. Em outra barraca, uma simples fatia de bolo a R$ 25 virou motivo de espanto — e até risadas das próprias vendedoras, que tentavam lidar com o caos de forma bem-humorada.
Enquanto isso, vários estandes permaneceram fechados, deixando claro que os expositores simplesmente não estavam preparados para receber o volume de visitantes. Uma participante relatou que ouviu de um vendedor que “não esperavam tanta gente no primeiro dia”, uma desculpa que pegou muito mal entre quem esperava uma organização à altura de uma conferência da ONU.
Para piorar, a própria COP30 proibiu a entrada de alimentos externos na Green Zone, o que transformou a falta de abastecimento em um problema ainda maior. Já na Blue Zone — a área mais restrita e privilegiada — não houve escassez, reforçando a sensação de desigualdade e improviso. O episódio rendeu críticas nas redes e levantou questionamentos sobre a capacidade logística do evento, que deveria ser exemplo de boa gestão e bem-estar coletivo.
