
A Polícia Federal concluiu que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) não praticou atos de obstrução da Justiça nem de coação contra o Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investigava a parlamentar por suposta tentativa de atrapalhar processos judiciais. A conclusão desmonta mais uma narrativa criada contra a deputada.
A investigação foi instaurada em junho, logo após Zambelli deixar o Brasil rumo à Itália, após ter sido condenada pelo STF a dez anos de prisão sob acusação de participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. O processo foi aberto porque, segundo Moraes, declarações da parlamentar em suas redes sociais configurariam risco à Corte e a seus integrantes.
No entanto, a delegada responsável pelo inquérito deixou claro que, embora Zambelli tenha usado palavras duras contra o tribunal e feito críticas contundentes, suas manifestações ficaram apenas no campo da retórica. O relatório destaca que não foram encontradas evidências de ações concretas, articulações ou contatos que demonstrassem tentativa real de impedir a aplicação da lei penal.
Diante do parecer da PF, Moraes terá de decidir os próximos passos. As opções são: determinar o arquivamento do inquérito, solicitar novas diligências ou encaminhar o caso para a Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se apresenta ou não denúncia. O resultado da investigação, no entanto, reforça que não há base sólida para manter a acusação contra a deputada.
O caso expõe mais um capítulo da perseguição sofrida por Zambelli, que segue cumprindo pena na Itália, enquanto busca asilo político. A conclusão da PF indica que a acusação de obstrução não se sustenta e coloca em xeque a postura do STF, que havia autorizado a abertura do inquérito com base apenas em manifestações públicas da parlamentar.