Na tarde desta terça-feira (12), o ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), chamou a atenção ao aparecer visivelmente abatido em uma breve declaração à imprensa. Seu semblante, antes conhecido pela postura firme e até mesmo irônica, estava carregado de preocupação. A mudança de expressão não passou despercebida por jornalistas e analistas políticos, que interpretaram a fala como um momento de tensão no Supremo.

Gilmar, que tradicionalmente se posiciona de maneira segura e assertiva, demonstrou insegurança e chegou a gaguejar ao comentar sobre as recentes polêmicas envolvendo seu colega de Corte, Alexandre de Moraes. O ministro admitiu publicamente que “as decisões são colegiadas” e que, por isso, as medidas adotadas contra parlamentares, jornalistas e influenciadores nos últimos anos devem ser atribuídas não apenas a Moraes, mas ao STF como um todo.

“Todas as decisões são tomadas no âmbito colegiado, não são decisões pessoais. Portanto, é responsabilidade do Supremo como instituição”, afirmou, com a voz trêmula.

Pressão internacional e Lei Magnitsky

O contexto da fala de Gilmar Mendes está diretamente relacionado ao crescimento das pressões internacionais contra autoridades brasileiras, especialmente após os vazamentos de documentos e denúncias sobre possíveis abusos de poder em investigações conduzidas por Alexandre de Moraes.

A chamada Lei Magnitsky, adotada por diversos países, permite a aplicação de sanções individuais — como congelamento de bens e restrições de viagem — a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos ou corrupção. Na última semana, circulou nos bastidores de Brasília a informação de que parlamentares norte-americanos e europeus estariam estudando incluir nomes de ministros brasileiros, entre eles Moraes, em listas de sanções.

Questionado sobre o assunto, Gilmar Mendes admitiu que o STF acompanha o caso com atenção:

“Estamos avaliando a situação. É claro que qualquer tipo de sanção, especialmente quando envolve autoridades de um país soberano, preocupa. Mas precisamos compreender o contexto e manter a serenidade.”

Apesar da tentativa de transmitir calma, a linguagem corporal de Gilmar evidenciava tensão. O ministro evitou contato visual direto com os jornalistas e encerrou a fala rapidamente, sem responder a novas perguntas.

Solidariedade a Moraes

Mesmo diante da crise, o decano não deixou de defender seu colega de Corte. “Alexandre de Moraes tem desempenhado seu papel dentro daquilo que entendemos ser a proteção das instituições e da democracia. Há divergências, há debates, mas ele atua de acordo com as responsabilidades do cargo”, declarou.

O apoio, porém, foi visto por analistas como uma “assunção de bronca” — expressão popular para indicar que alguém assume a responsabilidade por um ato ou defende publicamente outra pessoa em situação de crítica. Para muitos, Gilmar buscou dividir o peso das acusações e críticas que vêm sendo direcionadas exclusivamente a Moraes, diluindo-as no colegiado do Supremo.

Bastidores tensos no STF

Fontes próximas à Corte revelam que o clima interno é de apreensão. A possibilidade de sanções internacionais contra ministros brasileiros é inédita e pode abrir um precedente incômodo para o Judiciário. Além disso, o desgaste da imagem do STF junto à opinião pública nacional vem se intensificando, especialmente após reportagens e investigações independentes que apontam excessos em decisões monocráticas e no uso de inquéritos sigilosos.

Segundo um assessor ouvido sob reserva, “há uma clara preocupação com a repercussão política e diplomática dessas denúncias. Gilmar é experiente e sabe quando o barco balança. A fala dele hoje foi um recado de que o Supremo está unido, mas também que a pressão está sendo sentida”.

Repercussão imediata

Pouco depois da declaração, o vídeo da entrevista de Gilmar Mendes começou a circular nas redes sociais, acompanhado de comentários sobre seu aparente abatimento. Usuários apontaram que o ministro parecia “cansado”, “preocupado” e até “amedrontado”.

Parlamentares de oposição aproveitaram o momento para reforçar críticas ao Supremo. “É a primeira vez que vejo o ministro Gilmar visivelmente desconfortável. Talvez finalmente estejam percebendo que ninguém está acima da lei, nem mesmo ministros da Suprema Corte”, disse um deputado federal em postagem no X (antigo Twitter).

Do outro lado, aliados de Moraes e do próprio Gilmar defenderam a necessidade de “blindar” a Corte contra ataques externos e internos. Um senador governista afirmou que “o Brasil não pode aceitar ingerência estrangeira em seus assuntos internos” e que “sanções contra ministros seriam uma afronta à soberania nacional”.

O que esperar daqui para frente

O episódio reforça a percepção de que a crise envolvendo o STF e Alexandre de Moraes está longe de arrefecer. Com a possibilidade de sanções da Lei Magnitsky ganhando força e com pressões políticas internas se intensificando, o Supremo enfrenta um momento raro de vulnerabilidade.

Gilmar Mendes, decano e figura influente dentro e fora da Corte, tenta equilibrar duas tarefas: proteger a instituição e, ao mesmo tempo, minimizar danos individuais aos seus colegas. No entanto, sua postura abatida nesta terça-feira pode indicar que a tensão chegou a um nível que nem mesmo sua reconhecida habilidade política consegue disfarçar.

O vídeo, que já viralizou, se torna mais um elemento nesse tabuleiro complexo, em que decisões judiciais, pressões internacionais e disputas políticas se entrelaçam. Resta saber se a estratégia de Gilmar — dividir a responsabilidade e mostrar unidade — será suficiente para conter o desgaste ou se a “bronca” assumida por ele acabará se tornando um peso ainda maior para todo o Supremo Tribunal Federal.

By Jornal da Direita Online

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