
Um constrangimento internacional marcou a viagem do presidente colombiano Gustavo Petro ao Oriente Médio. Durante uma escala técnica no Aeroporto de Barajas, em Madri (Espanha), o avião presidencial — um Boeing 737-700 da Força Aérea Colombiana — teve abastecimento negado por empresas locais. O motivo? Petro aparece na lista de sanções da OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros), órgão ligado ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
As companhias responsáveis pelo fornecimento de combustível, todas com vínculos diretos com corporações americanas, se recusaram a abastecer a aeronave por risco de violar sanções internacionais. O episódio expôs o peso das medidas impostas por Washington, que agora afetam até viagens oficiais do governo colombiano. Para resolver o impasse, o avião foi deslocado para uma base aérea de Torrejón, onde o governo espanhol forneceu combustível para o prosseguimento da missão.
Fontes ouvidas pelo jornal El Tiempo confirmaram o incidente e afirmaram que o caso foi mantido em sigilo pelo gabinete presidencial. “Eles estão tendo muitos problemas com essa questão”, revelou uma fonte próxima ao governo. Pelas normas americanas, empresas que descumprirem as determinações da OFAC podem sofrer multas de até US$ 250 mil ou o dobro do valor da transação. Mesmo sendo propriedade do Estado colombiano, o uso do avião por uma pessoa incluída na lista de sanções ativa o bloqueio automático.
Nas redes sociais, Petro reagiu com ironia, tentando minimizar o episódio: “Parem de falar bobagens. Estou em Riad. Viajei da Espanha e não cheguei por teletransporte”, escreveu. A declaração, porém, não escondeu o vexame diplomático sofrido por um chefe de Estado que hoje é persona non grata para os EUA. O caso reacende o debate sobre a aliança de Petro com regimes autoritários e coloca a Colômbia em uma posição delicada diante da comunidade internacional.
