
Os Correios aguardam um aporte emergencial de até R$ 6 bilhões do Tesouro Nacional para conseguir pagar salários, 13º e fornecedores até o fim do ano. A estatal enfrenta uma crise profunda, marcada pela expansão de um plano de reestruturação que prevê 15 mil demissões e o fechamento de mil agências em todo o país. O cenário expõe a incapacidade do governo em recuperar uma das empresas mais tradicionais do Brasil.
Segundo a direção da estatal, não há mais tempo hábil para concluir negociações com bancos sobre um empréstimo de R$ 20 bilhões garantido pela União. Na última rodada de conversas, as instituições financeiras exigiram juros de 136% do CDI, valor acima do limite considerado aceitável pelo Tesouro, que trabalha com teto de 120% do CDI. Sem acesso a crédito, o aporte emergencial se tornou a única alternativa para manter as operações.
O empréstimo planejado seria liberado em três etapas, começando com R$ 10 bilhões em 2025 e duas parcelas de R$ 5 bilhões em 2026. Já o socorro imediato solicitado agora garantiria apenas a continuidade das atividades enquanto os Correios tentam concluir negociações. Inicialmente, o governo resistiu à ideia de injetar dinheiro na estatal devido às restrições orçamentárias, mas um decreto recente passou a permitir aportes condicionados a um plano de recuperação.
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A reestruturação interna prevê a adoção de um novo plano de cargos e salários, mudanças no plano de saúde dos funcionários, cortes de despesas administrativas e ajustes no fundo de pensão Postalis para melhorar sua governança. A crise já impacta benefícios: o tradicional vale-natal de R$ 2,5 mil, pago no ano anterior após acordo coletivo, foi cancelado. O ACT, que possui cerca de 70 cláusulas, foi prorrogado até 16 de dezembro.
Na próxima terça-feira, a direção dos Correios se reunirá com representantes sindicais para discutir o impasse trabalhista. O acordo coletivo venceu em meados do ano e vem sendo renovado sucessivamente devido ao agravamento financeiro da empresa. A estatal enfrenta seu pior momento em décadas, enquanto o governo busca evitar um colapso operacional em plena temporada de fim de ano.
