
O governo Lula confirmou nesta segunda-feira (7) que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, será o responsável por conduzir as negociações sobre o tarifaço imposto por Washington ao Brasil. As conversas serão feitas diretamente com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB). A decisão foi anunciada poucas horas após a videoconferência entre Donald Trump e Lula, e já causa desconforto no Planalto.
A imprensa aliada tentou vender a notícia como um gesto diplomático, mas o jornalista Paulo Figueiredo desmontou a narrativa e explicou o verdadeiro significado da medida: “Eu estou em breves férias familiares, mas acordei embasbacado vendo a imprensa comemorando porque Trump colocou Marco Rubio para negociar com o Brasil. Zero de avanço! O grau de desconexão com a realidade é patológico. Como disse: a luz no fim do túnel é um trem”. A análise reflete o sentimento de que o governo petista foi colocado contra a parede.
O deputado Alexandre Ramagem também reagiu com firmeza. Segundo ele, a escolha de Rubio mostra que “a química azedou” entre os dois governos. O parlamentar lembrou que o secretário é um defensor ferrenho das verdadeiras democracias e dos direitos humanos, conhecido por sua oposição direta a regimes de esquerda e comunistas. Ramagem destacou que, por sua origem cubana, Rubio vê os governos autoritários da América Latina como ameaças à estabilidade regional e à segurança dos Estados Unidos, além de instrumentos de influência de China e Rússia.
Durante sua trajetória política, Marco Rubio promoveu sanções econômicas, revogação de vistos e apoio a oposições democráticas em países dominados por ditaduras de esquerda. Agora, como secretário de Estado de Trump, deve aplicar a mesma linha dura ao Brasil. De acordo com Ramagem, Alckmin será apenas um mensageiro, limitado a “reportar aos seus senhores as condições norte-americanas para o Brasil”. A mensagem é clara: sem liberdade de expressão, sem eleições transparentes e sem o fim da perseguição política, não haverá acordo.
As condições impostas pelos Estados Unidos seguem a orientação direta de Trump, que exigiu do governo brasileiro “normalidade democrática, fim da censura, liberdade política e respeito a Bolsonaro”. O gesto de colocar Rubio na mesa de negociação é visto como um sinal de endurecimento da Casa Branca contra Lula — e um alerta de que a era das conversas amistosas acabou. Agora, o Brasil terá que escolher: ou retoma o caminho da liberdade e da transparência, ou enfrentará o isolamento econômico e político.