O petista Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizaram nesta segunda-feira (6) uma videoconferência tensa, que marcou o primeiro diálogo direto entre os dois líderes desde que Washington aplicou novas tarifas sobre produtos brasileiros. O encontro virtual, embora descrito como “positivo” em tom diplomático, deixou evidente que Trump mantém o controle da situação e que o Brasil segue em posição de desvantagem.
Em comunicado oficial, o Palácio do Planalto afirmou que o tema central foi a revisão das sobretaxas impostas pela Casa Branca. Lula tentou abrir um “canal de diálogo” entre o secretário de Estado americano Marco Rubio — um dos mais duros críticos da esquerda — e os ministros Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira. O gesto foi visto como um apelo de Lula para aliviar a pressão econômica, mas até agora não houve qualquer sinal de recuo por parte dos EUA.
O governo brasileiro ainda tentou emplacar um discurso de reaproximação, dizendo que a reunião seria uma “oportunidade para restaurar as relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”. A retórica, no entanto, contrasta com a postura firme de Trump, que reforçou que a prioridade é proteger os interesses americanos e que não aceitará concessões baseadas em ideologia ou sentimentalismo político.
Em publicação na rede Truth Social, Trump confirmou o contato, destacando que “discutimos muitas coisas, mas o foco principal foi economia e comércio”. O presidente americano afirmou ainda que novas conversas estão previstas, mas deixou claro que “os países vão se dar muito bem juntos” — uma frase que, no estilo Trump, soa mais como um aviso do que como uma promessa.
Enquanto Lula tenta mostrar otimismo e vender a imagem de que o Brasil ainda tem prestígio internacional, Trump segue impondo respeito e ditando as regras do jogo, especialmente diante de um governo brasileiro alinhado com regimes autoritários e com um histórico de ataques à liberdade econômica e à soberania política.