
O deputado estadual Coronel David (PL) denunciou nesta quarta-feira (29) uma articulação política e ideológica por trás da invasão e destruição da Fazenda Ipuita, localizada no município de Caarapó (MS). Durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, o parlamentar apresentou documentos que apontam o financiamento do transporte de indígenas até a propriedade rural pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entidade ligada à Igreja Católica e à CNBB.
“Mais uma vez, uma propriedade rural em Mato Grosso do Sul foi invadida e destruída por marginais. Há uma trama política por trás disso, uma articulação que precisa ser exposta e investigada”, afirmou o deputado, destacando o caráter orquestrado da ação. Coronel David, que é católico praticante, lamentou o envolvimento do Cimi em atos de violência e destruição: “Minha tristeza e constrangimento são enormes ao ver uma organização ligada à Igreja Católica financiar ações criminosas. É uma vergonha para todos nós católicos.”
Presidente da Comissão de Segurança Pública e coordenador da Frente Parlamentar Invasão Zero, o parlamentar explicou que a invasão teria sido motivada por disputas internas dentro da Funai, após tentativas de nomeação de militantes ligados a movimentos radicais para cargos estratégicos. “Houve sabotagem política dentro da Funai. A tentativa de nomear pessoas com vínculo ideológico foi o estopim dessa invasão, que resultou na destruição total da fazenda”, denunciou.
Em reação imediata, Coronel David protocolou dois requerimentos. O primeiro, encaminhado à Polícia Federal, solicita investigação sobre o financiamento e logística da invasão. O segundo foi enviado ao secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, pedindo abertura de inquérito para apurar crimes de incêndio, furto de animais, danos ambientais e tentativa de homicídio contra policiais militares. Segundo o deputado, “não se trata de uma simples disputa por terra, mas de um atentado contra a lei, a propriedade privada e o direito de famílias que tiveram sua vida destruída.”
O caso reforça a tensão crescente no campo e a denúncia de que grupos ideológicos estariam instrumentalizando causas indígenas para promover invasões e caos social. A ausência de uma reação firme do governo federal tem alimentado o sentimento de impunidade e insegurança entre produtores rurais, que cobram proteção do Estado e respeito ao direito constitucional de propriedade.

 
                     
                    