O ex-presidente Michel Temer (MDB) declarou nesta segunda-feira (15 de setembro de 2025) que os Estados Unidos têm usado as críticas ao Judiciário brasileiro e às instituições para reforçar a narrativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria interferido na vida eleitoral, usando “a história eleitoral” dele como peça central nesse discurso.
Temer afirmou que essas críticas externas serviram para fortalecer Lula, pois permitiram ao petista explorar o tema da soberania nacional e da intervenção estrangeira como discurso político interno.
Temer fez comentários no contexto das sanções e pressões diplomáticas vindas da administração americana de Donald Trump, que têm apontado suposta interferência do Judiciário no processo eleitoral e acusações contra Bolsonaro. Segundo ele, essas acusações, mesmo se feitas fora do Brasil, reverberam positivamente para Lula, que as usa para mobilizar sua base.
O ex-presidente também observou que essas críticas dos EUA ao sistema eleitoral brasileiro e ao Judiciário acabaram legitimando Lula perante parte dos setores políticos e da sociedade que veem com suspeita influências externas. Ele sugeriu que Lula “se aproveitou do momento” para promover uma política de ressentimento, centrada na ideia de que o Brasil está sob pressão externa, o que reforça seu discurso de ser representante da soberania nacional.
Temer concluiu dizendo que discursos desse tipo complicam a diplomacia brasileira — pois geram tensão com alianças internacionais — e abrem espaço para que opositores de Lula usem as críticas externas como argumento de ataque político, ainda que sem provas substanciais.