O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, confirmou nesta quarta-feira (3) que já entregou todas as provas sobre supostas ilegalidades cometidas pelo magistrado às autoridades dos Estados Unidos. Segundo ele, a ação busca expor mundialmente o que classifica como violações de direitos humanos e fraude processual.
“Enquanto eu respirar, ele [Moraes] pode fazer o que quiser, não vai impedir que eu leve a verdade aos parlamentos e ao mundo sobre as atrocidades que está cometendo”, declarou Tagliaferro, em tom desafiador. A denúncia se soma à audiência pública realizada no Senado nesta terça-feira (2), onde ele revelou bastidores de manipulações dentro do gabinete do ministro.
O ex-assessor acusou Moraes de comandar um “rito inverso” nos processos, ou seja, em vez de agir a partir de investigações da Polícia Federal ou do Ministério Público, o magistrado já teria um resultado definido e buscaria construir relatórios e provas para sustentá-lo. Como exemplo, citou a operação contra empresários em agosto de 2022, após conversas privadas em grupos de WhatsApp serem vazadas e tratadas como suposta defesa de golpe de Estado.
Segundo Tagliaferro, essas mensagens não passavam de críticas ao PT e ao então retorno de Lula ao poder, mas ainda assim foram usadas como justificativa para buscas e apreensões determinadas por Moraes. No fim, as investigações foram arquivadas, reforçando a tese de abuso de autoridade e perseguição política.
Agora, com o envio das provas ao governo americano e a pressão internacional sobre o Brasil via Lei Magnitsky, o caso pode se transformar em uma crise sem precedentes para o STF e para a imagem do ministro Moraes no cenário mundial.