
A Comissão de Segurança Pública do Senado, presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deve concluir até a próxima semana um relatório baseado nos documentos e depoimentos do perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes. O material reúne provas de que o magistrado teria utilizado relatórios produzidos fora do rito legal para perseguir políticos, jornalistas e ativistas ligados à direita.
Tagliaferro, que chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, revelou em audiência pública que elaborava relatórios a mando de Moraes, utilizados posteriormente em inquéritos do STF sobre “fake news” e “milícias digitais”. Ele também apresentou prints de conversas com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que comprovariam a atuação política e irregular nas investigações.
A comissão voltará a se reunir no próximo dia 9 para deliberar sobre o relatório, que deverá ser enviado a órgãos de controle como STF, TSE, CNJ, CNMP e OAB, além de instituições internacionais e ao próprio governo dos Estados Unidos, visando ampliar as sanções já impostas contra Moraes pela Lei Magnitsky. Segundo Tagliaferro, as provas já foram digitalizadas e periciadas nos EUA, garantindo autenticidade e inviabilizando contestações.
O documento também será disponibilizado às defesas dos réus do 8 de janeiro, que alegam perseguição política. Parlamentares discutem ainda medidas de proteção a Tagliaferro e sua família, tanto na Itália, onde ele reside, quanto no Brasil, diante das denúncias explosivas apresentadas.
As revelações aprofundam o escândalo da Vaza Toga, que mostrou como a estrutura do TSE foi usada para abastecer processos do STF mesmo após as eleições de 2022, com monitoramento sistemático de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais. A bomba agora cai no colo do Senado e aumenta a pressão internacional contra Moraes e Gonet.