
O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que sempre se apresentou como conservador, surpreendeu ao adotar um discurso alinhado à narrativa da esquerda ao acusar o governador Cláudio Castro (PL-RJ) de promover uma “ação de execução” durante a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. As declarações foram feitas com base em informações distorcidas e sem qualquer evidência concreta, segundo especialistas em segurança pública.
Em tom de crítica, Otoni afirmou que os policiais “estavam com liberdade para executar”, insinuando que a operação teria sido uma “ordem direta” de Castro. “O que chamaram de ‘muro de proteção’ é o muro da morte”, declarou, sugerindo que as mortes foram parte de uma execução deliberada. O discurso causou perplexidade até entre seus antigos aliados, que consideraram as falas uma traição ao esforço das forças de segurança que enfrentam o narcoterrorismo no estado.
Em sua fala na Câmara, o parlamentar chegou a afirmar que quatro jovens ligados à sua igreja foram mortos e alegou motivações raciais na ação policial. “Nunca ninguém vai atrás para saber se são bandidos ou não. Porque preto correndo em dia de operação na favela é bandido”, disse, repetindo o mesmo discurso vitimista usado pela esquerda para desmoralizar o trabalho das polícias.
Além disso, Otoni anunciou que pedirá à Comissão de Direitos Humanos da Câmara que a Polícia Federal investigue a operação, insinuando que o governo do Rio “não tem condições de apurar o que ele mesmo fez”. A declaração gerou revolta entre apoiadores da segurança pública, que enxergam na atitude do deputado um gesto político oportunista, justamente no momento em que governadores de todo o país se uniram em defesa do combate ao crime organizado.
Com esse posicionamento, Otoni de Paula parece ter se distanciado de vez da base conservadora que o elegeu, ao adotar a retórica típica do PT e de movimentos de esquerda, ignorando a realidade de guerra que o Rio de Janeiro enfrenta. Uma manifestação, de fato, desconectada da realidade e ofensiva aos heróis fardados que arriscam a vida todos os dias para proteger o povo.
