
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), instaurou um novo inquérito contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para investigar possíveis crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação de infração penal. A decisão foi motivada pela saída da parlamentar do país após ser condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Moraes determinou que a Polícia Federal colha o depoimento de Zambelli no prazo de 10 dias, permitindo que seja feito por escrito, dada sua ausência do território nacional. Além disso, ordenou o monitoramento e preservação do conteúdo publicado por ela nas redes sociais. A medida visa apurar se a deputada está tentando interferir no andamento de processos judiciais em trâmite no STF.
Paralelamente, o ministro solicitou ao Banco Central informações detalhadas sobre os valores e remetentes de transferências via Pix recebidas por Zambelli nos últimos 30 dias. A deputada havia iniciado uma campanha de arrecadação de fundos nas redes sociais para pagar as custas dos processos a que responde, afirmando não ter condições de quitar o montante sozinha. Segundo ela, o valor arrecadado ultrapassou R$ 166 mil antes de sua viagem aos Estados Unidos. A investigação busca apurar se essas doações têm relação com a suposta obstrução de justiça.
Moraes também notificou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a ordem de prisão preventiva contra Zambelli, solicitando a suspensão dos salários e de quaisquer outras verbas destinadas ao gabinete da parlamentar. Os recursos seriam direcionados ao pagamento integral da multa aplicada pelo STF, que condenou Zambelli à perda do mandato e ao pagamento de R$ 2 milhões em danos morais e materiais. A deputada classificou a decisão como “ilegal, inconstitucional e autoritária”, alegando que sua prisão viola a imunidade parlamentar.
A deputada afirmou estar nos Estados Unidos e revelou que pretende seguir para a Itália, onde possui cidadania. Ela argumenta que, por ser cidadã italiana, não pode ser extraditada para o Brasil. No entanto, especialistas em direito internacional afirmam que, mesmo com cidadania italiana, Zambelli pode ser extraditada, dependendo de acordos bilaterais e decisões judiciais na Itália. A situação reacende o debate sobre a politização do Judiciário e os limites da atuação parlamentar.
A decisão de Moraes inclui ainda o monitoramento das redes sociais da parlamentar e de pessoas próximas para preservar eventuais provas. A Polícia Federal deve colher o depoimento de Zambelli no prazo de 10 dias. A situação reacende o debate sobre a politização do Judiciário e os limites da atuação parlamentar. A decisão de Moraes inclui ainda o monitoramento das redes sociais da parlamentar e de pessoas próximas para preservar eventuais provas. A Polícia Federal deve colher o depoimento de Zambelli no prazo de 10 dias.