
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) discutem nos bastidores possíveis medidas de retaliação diante da escalada de sanções impostas pelos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. Entre as alternativas levantadas, está o bloqueio de ativos ou contas de empresas americanas com forte presença no Brasil, caso a ofensiva liderada pelo governo Trump avance. A medida seria vista como um contrapeso institucional às pressões externas.
A possibilidade surgiu após o ministro Flávio Dino ter afirmado que leis ou sanções estrangeiras só terão validade no país mediante homologação da Justiça brasileira. Esse posicionamento abriu caminho para que o STF considere estratégias de reação caso a crise diplomática se intensifique. Para magistrados, seria uma forma de reafirmar a soberania nacional e proteger instituições brasileiras.
O debate interno ganhou força em reuniões com representantes do setor financeiro, que alertaram para o risco de instituições nacionais ficarem em posição de fragilidade entre as regras dos EUA e as exigências do Judiciário brasileiro. A hipótese de bloqueio de ativos americanos foi classificada como medida extrema, mas que não está descartada se novas sanções forem aplicadas.
Segundo relatos de bastidores, ministros entendem que Washington precisa perceber que também tem interesses econômicos relevantes no Brasil, o que poderia servir de elemento de dissuasão. A mensagem seria clara: sanções unilaterais contra autoridades brasileiras podem gerar consequências para empresas estrangeiras em território nacional.
Apesar de ainda não existir uma decisão formalizada, a simples discussão do tema já mostra o nível de tensão entre Brasil e Estados Unidos. Se levada adiante, a medida poderia desencadear uma crise diplomática inédita, com repercussões políticas e econômicas profundas tanto para o mercado brasileiro quanto para investidores internacionais.