
Parlamentares do Senado teriam costurado um acordo com integrantes do STF, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, para tentar retirar a tornozeleira eletrônica imposta ao senador Marcos do Val (Podemos‑ES). A negociação, revelada nos bastidores, envolvia também o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Conforme reporta a coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, o combinado previa que, em troca da retirada do equipamento de monitoramento, a Casa Legislativa não tomaria medidas de enfrentamento judicial ao STF — especialmente propostas sobre medidas cautelares ou censura judicial. O próprio Davi Alcolumbre teria participado diretamente das negociações .
O senador Marcos do Val, no entanto, reagiu publicamente e refutou qualquer acordo envolvendo seu mandato. Ele afirmou que não aceita renunciar ao exercício de seu cargo nem ceder em troca de “liberar” a tornozeleira, considerando a proposta como tentativa de subjugação política .
A aplicação do uso da tornozeleira, decretada por Moraes, ocorreu após Do Val viajar aos EUA sem autorização judicial, contrariando ordens do STF, mesmo com passaporte diplomaticamente cancelado pelo Supremo. Também foram impostas medidas como recolhimento domiciliar noturno e bloqueios de bens .
Em resumo, o suposto acordo visava silenciar o senador e acalmar o conflito institucional. Mas, com a rejeição pública de Do Val, a negociação perdeu força e expôs tensão entre Legislativo e Judiciário, revelando que as cautelares podem se tornar moeda de troca política se não houver impasse institucional.