
A abertura das sessões do Supremo Tribunal Federal (STF) após o recesso foi marcada por discursos sobre soberania nacional e defesa da democracia. Entre os ministros presentes, manifestaram solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes o presidente da Corte e o decano. No entanto, oito magistrados não fizeram menções diretas de apoio a Moraes, o que indica ausência de unidade clara no plenário.
Os ministros que optaram por não se manifestar a favor foram André Mendonça, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Nunes Marques, Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Edson Fachin. Alguns desses como Cármen Lúcia, que presidiu o TSE, deram declarações em outro contexto, mas não emitiram apoio direto em plenário. A fotografia institucional exibindo apoio coletivo também contou com ausência de cinco ministros, reforçando a divisão interna.
Apesar de alguns discursos firmes — Gilmar Mendes criticou ataques ao STF e Barroso discursou sobre institucionalidade —, ficou claro que não houve consenso expresso entre os onze ministros. A estratégia adotada foi de uma resposta moderada, evitando um confronto aberto no próprio plenário. Não houve votos formais nem posicionamentos judiciais a favor de Moraes nessa sessão.
O contexto político envolve a sanção imposta pelos Estados Unidos a Moraes sob a Lei Magnitsky, com congelamento de bens e restrições de visto. Em resposta, o STF divulgou nota institucional afirmando que não se desviará do cumprimento da Constituição e que todas as decisões colegiadas foram mantidas. Mas isso não se traduziu em manifestações individuais unívocas por parte da maioria dos ministros.
De forma geral, a ausência de declarações explícitas em apoio demonstra a cautela do STF diante da pressão internacional. A falta de posicionamento formal de oito ministros evidencia uma prudência institucional que busca evitar desgaste político. O cenário permanece dividido, com alguns membros preferindo o silenciamento público em vez de alinhamento explícito com Moraes.