
O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do PL da anistia, declarou abertamente que uma anistia ampla, geral e irrestrita é impossível. “Não estamos mais falando de anistia”, disse, desmontando de vez as expectativas de milhares de famílias que aguardam justiça pelos presos políticos do 8 de janeiro.
Em entrevista recente, o parlamentar deixou claro o seu alinhamento com o ministro Alexandre de Moraes, a quem não poupa elogios. O relator ainda admitiu que pretende conversar com ministros do STF sobre o texto, numa confissão de que a proposta não será construída de forma independente pelo Congresso.
“Gilmar conversa sempre com a Câmara e com o Senado”, afirmou Paulinho, expondo a proximidade entre o Legislativo e o Judiciário, algo que deveria ser exceção, mas que virou prática constante quando se trata de temas envolvendo a perseguição a opositores de Lula.
Na prática, a declaração do relator joga um balde de água fria nos brasileiros que acreditavam em uma saída política para reparar os abusos cometidos pelo STF. O projeto, ao que tudo indica, pode acabar servindo apenas como uma manobra para legitimar as decisões já impostas pela Corte.
A fala de Paulinho reforça a percepção de que a “anistia” está cada vez mais distante e que o Congresso se curva ao STF, em vez de se firmar como verdadeiro poder independente da República.
Como um calhorda como esse Paulinho foi escolhido como relator de algo tão importante.