
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste domingo (26/10) que Moscou realizou um teste bem-sucedido de seu novo míssil de cruzeiro nuclear, o Burevestnik, considerado pelo Kremlin “invencível”. Segundo o líder russo, o país agora trabalha para implantar a arma em suas forças armadas.
Em vídeo divulgado pelo Kremlin, Putin, vestido com farda militar, orientou seu principal general a preparar o míssil para potencial uso. “Precisamos determinar os possíveis usos e começar a preparar a infraestrutura para implantar essas armas em nossas forças armadas”, afirmou.
Pouco se sabe sobre o míssil Burevestnik, que a OTAN batizou de Skyfall. Putin já havia promovido a arma como capaz de burlar todos os sistemas de defesa antimísseis atuais e futuros, além de possuir alcance quase ilimitado e trajetória imprevisível, tornando-a impossível de interceptar.
Segundo Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, o último teste mostrou que o míssil pode voar por 15 horas e percorrer cerca de 14 mil km, alcançando cidades como Nova York ou Washington D.C.
O teste também foi comunicado à administração de Donald Trump, afirmou Kirill Dmitriev, enviado especial de Putin que estava nos EUA no momento da divulgação do vídeo.
Exercícios nucleares e ameaças
O anúncio ocorre após Putin dirigir exercícios nucleares na semana passada, incluindo lançamentos simulados de mísseis nucleares, envolvendo toda a tríade nuclear russa, como mísseis intercontinentais e bombardeiros estratégicos Tu-95.
O presidente russo já afirmou que a Rússia poderia usar armas do tipo “apocalipse” contra qualquer país apoiado por uma potência nuclear, uma ameaça clara à OTAN e aos Estados Unidos devido ao suporte ocidental à Ucrânia.
Especialistas questionam capacidades do míssil
Apesar das declarações do Kremlin, especialistas afirmam que não há confirmação de que o Skyfall possua todas as capacidades anunciadas por Putin. O Burevestnik apresenta um histórico problemático em testes, com apenas dois sucessos parciais entre 13 lançamentos documentados, segundo o grupo Nuclear Threat Initiative.
O míssil também é responsável por acidentes fatais: em 2019, uma explosão em uma base naval na Mar Branca matou cinco engenheiros nucleares e dois militares durante testes.
Gazeta Brasil
