
A insensatez de nossa classe dirigente só não parece maior do que a própria maldade, a falta de moralidade e a covardia de boa parte de nosso povo e até mesmo da oposição. Grande parte da população carrega também sua responsabilidade, pois foi quem colocou no Congresso representantes do Centrão e de uma direita que só existe no discurso.
O que se vê é uma conivência generalizada com a corrupção, com a incompetência e até com atrocidades, desde que o depósito do fim do mês continue caindo na conta bancária. Muitos ainda não compreenderam o peso real dos Estados Unidos dentro da geopolítica mundial sob o comando do presidente Donald Trump. Continuam acreditando nas próprias ilusões.
A fala e a prática do Estado americano são bastante objetivas. Em primeiro lugar estão sempre os interesses dos EUA. Países que prejudicarem esses interesses serão punidos com sanções proporcionais e, se insistirem, as penalidades se tornarão ainda mais duras. Aqueles que recuam podem negociar condições mais favoráveis. Para Trump, o deep state e as ditaduras que almejam dominar o poder global são os maiores inimigos, assim como o narcoterrorismo, tratado como instrumento dessas ditaduras e desse mesmo estado profundo.
A censura e a perseguição a opositores são interpretadas por Washington como um alinhamento direto com esses inimigos declarados. Muitos adversários já recuaram, alguns estão negociando e outros foram desmantelados, incluindo o deep state que por anos foi manipulado pelos democratas.
Nossos governantes, no entanto, insistem em não enxergar a realidade e seguem em rota de colisão com um muro de concreto. Criam narrativas, inventam culpados, atacam Bolsonaro, desrespeitam o presidente americano, ampliam a censura, a perseguição e multiplicam prisões de opositores, acreditando que possuem um poder indestrutível.
Mesmo recebendo sinais claros de seus próprios parceiros, como China e Rússia, e sem mais poder contar com o deep state americano, agora avançam contra interesses internos, atingindo bancos e narcoterroristas, acreditando ingenuamente que esses grupos aceitarão prejuízos apenas para proteger a cúpula insana que ocupa o poder.
Os recados dos Estados Unidos foram diretos desde o início. Primeiro veio a advertência para cessar a perseguição e a censura contra a oposição, mas em vez disso dobraram a aposta. Em seguida, ministros tiveram seus vistos cassados e passaram a figurar na lista da Lei Magnitsky. Eles debocharam, fizeram piadas, ironizaram, mas hoje demonstram medo.
Logo depois, Washington impôs tarifas pesadas e ainda assim o governante brasileiro continuou com discursos agressivos, tentando sem sucesso jogar os BRICS contra os EUA e defendendo o narcoterrorismo, além de receber em solo nacional aviões russos sancionados e monitorados por transportarem armas a países hostis.
Agora, dirigentes envolvidos no programa Mais Médicos também estão sob sanção por financiarem a ditadura cubana.
As diretrizes da política externa americana estão escancaradas e podem ser resumidas em uma única sentença: nações que se colocarem como inimigas serão tratadas como inimigos.
Será que é tão difícil compreender isso, ou nosso governo escolheu deliberadamente transformar o Brasil em adversário direto dos Estados Unidos? Se for essa a escolha, não parece nada inteligente.