
Em mais uma ofensiva, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), vai prestar depoimento contra o parlamentar licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na Polícia Federal (PF). A oitiva está marcada para às 15h desta segunda-feira, 2.
A investigação contra Eduardo Bolsonaro foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de uma representação do próprio Lindbergh, que acusa o parlamentar de supostos crimes como coação no curso do processo da tentativa de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito.
Licenciado do mandato, Eduardo Bolsonaro tem realizado reuniões nos Estados Unidos com parlamentares republicanos e representantes do governo norte-americano. Ele denuncia os abusos de autoridade do ministro Alexandre de Moraes e os excessos cometidos pelo Judiciário brasileiro — algo que, para setores alinhados ao governo, configura como um “atentado à soberania nacional”.
Em nota à imprensa, Lindbergh reconheceu que o parlamentar está em “autoexílio” desde março deste ano, quando anunciou sua mudança para os Estados Unidos. “Eduardo Bolsonaro está nos EUA atuando contra o Judiciário brasileiro e a soberania nacional para tentar livrar seu pai da prisão por tentativa de golpe”, alegou o petista.
A ofensiva do PT contra Eduardo não para por aí. Lindbergh e o senador Humberto Costa, presidente do partido, também protocolaram uma ação no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato do parlamentar.
Os parlamentares argumentam que Eduardo estaria “conspirando” contra o STF e cometendo “obstrução à Justiça”. As acusações partem de vídeos e postagens feitos pelo deputado nos EUA, onde ele alerta para o que considera uma escalada autoritária no Brasil — especialmente no contexto das prisões e condenações sumárias relacionadas aos atos de 8 de janeiro.