
O vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Washington Quaquá, defendeu a megaoperação policial deflagrada no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), conhecida como Operação Contenção, ao afirmar que “ninguém enfrenta fuzil com beijinhos”. A declaração, proferida em entrevista ao programa “Manhã do GNT” nesta segunda-feira (3 de novembro de 2025), contrasta com a linha histórica do PT, que costuma criticar a letalidade policial em ações nas favelas.
Quaquá, ex-prefeito de Niterói (RJ), enfatizou que a operação, que resultou em mais de 100 mortes de traficantes em comunidades como Penha e Alemão, foi necessária para combater o “narcoterrorismo”.
Quaquá, que se disse “consternado” com a morte de policiais na ação, argumentou que o enfrentamento ao crime organizado exige rigor: “Se enfrenta fuzil dando tiro em quem tá com fuzil. Não dá pra ser com beijinhos”. Ele defendeu o governador Cláudio Castro (PL) e Lula, afirmando que o governo federal apoia estados na segurança pública, mas sem endossar execuções extrajudiciais. A postura gerou surpresa entre aliados petistas, que historicamente priorizam direitos humanos em debates sobre violência urbana.
A Operação Contenção, iniciada em 28 de outubro, mobilizou 2.500 agentes e visava desarticular células do CV, resultando em 119 mortes confirmadas, incluindo 12 policiais. Entidades como a Anistia Internacional cobram investigação sobre possíveis abusos, enquanto o Ministério Público do RJ apura execuções sumárias. Quaquá minimizou críticas à letalidade, destacando apreensões de armas e drogas como vitórias concretas.
