A Avenida Paulista foi palco neste domingo (3) de uma das maiores manifestações recentes em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e contra os abusos do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante de uma multidão, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez um discurso inflamado exigindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes e criticando duramente o presidente Lula, em um ato que contou com a presença de líderes conservadores e milhares de apoiadores.
Em tom firme, Nikolas declarou: “Estamos lutando para que um dia corruptos usem tornozeleira. Para que bandidos usem tornozeleira. Para que o Lula use tornozeleira eletrônica. E, por último, para que Alexandre de Moraes esteja atrás das grades”. O público respondeu com aplausos e gritos de ordem, transformando a fala em um dos momentos mais marcantes do evento.
O parlamentar também direcionou um recado ao ministro do STF: “Alexandre, você deve estar vendo isso aqui porque não dá para ignorar. Eu tenho um recado para te dar: você sem a toga, não sobra nada.” Em outro trecho, classificou Moraes como violador de direitos humanos, citando a recente sanção da Lei Magnitsky aplicada pelos EUA contra o magistrado. “A primeira sanção veio. Eu posso usar cartão de crédito. Eu posso ter rede social. E eu posso também usar pente de cabelo”, ironizou.
Nikolas ainda realizou uma videochamada com Jair Bolsonaro, mostrando ao ex-presidente a força do ato. “Você não pode falar, mas pode ver”, disse o deputado, em alusão às restrições impostas pela Justiça que impedem Bolsonaro de participar presencialmente dos eventos aos fins de semana.
A manifestação foi convocada pelo pastor Silas Malafaia e contou com a presença do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), além de parlamentares e lideranças conservadoras. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esteve em Belém em compromissos do PL Mulher, enquanto Flávio Bolsonaro participou do ato no Rio de Janeiro. Tarcísio de Freitas, governador paulista, não compareceu por estar em recuperação de uma cirurgia.
O evento reforçou a pressão popular pelo impeachment de Moraes, com Nikolas cobrando diretamente os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para colocarem os pedidos em votação. A mobilização deixou claro que a direita segue unida, organizada e determinada a enfrentar o avanço autoritário do STF e do governo Lula.